terça-feira, 2 de junho de 2009

Meditação através de Castanheiro...











... que comigo nasceu.

Ao longo da minha vida tenho a felicidade de contemplar um castanheiro que comigo nasceu e cresceu. Recordo-me deste castanheiro ter sido transplantado pelo meu pai, Manuel António Cardoso, sendo eu ainda menino, neste lugar de Ramil, junto à casa em que nasci, nesta Paróquia de Cristo Rei da Vergada e que tanto amo. Este castanheiro cresceu acima de todas as outras árvores como que se elevando até Deus, o perímetro do seu tronco é enorme, tem uma copa frondosa, dá castanhas grandes e saborosas, (nunca encontrei outras iguais a estas…).

E a meditação que hoje fiz foi esta:

Aquele castanheiro dá-se todo, por inteiro, a todos os que se queiram abeirar dele. Refresca e protege, mitiga a fome, dá o seu sol e a sua frescura a todos quantos se queiram aproximar dele, tanto ricos como pobres.

E amanhã? Que será daquele castanheiro?
Ele será o que tu hoje quiseres que ele seja. Poderá continuar a ser árvore e a apontar o caminho para Deus, mas também poderá ser mesa, leito, porta ou trave vigorosa em que assenta todo o travejamento do lar, ou simplesmente consumir-se-á lentamente para dar calor e alegria à humanidade. Mas dá-se todo, entrega-se todo. Será difícil uma tempestade derrubá-lo, pois tem as suas raízes bem firmes e sólidas na terra. Porém, ao tombar, todas as árvores que estão ao seu redor abanarão. Será a sua despedida. Mas a sua “bondade”, e “amor” permanecerão na mente de todos os que se serviram dele e o contemplaram.

E comigo?
Será que a vida que levo se assemelha àquele castanheiro?
Como tem sido o meu amor, o meu acolhimento para com o próximo? Procuro ser útil, perdoando e desculpando quando me ferem, ou dizem mal de mim?
Fui ou sou sempre justo, franco, leal, amável, prestável e paciente?
Dou bom conselho, sou construtor e fomentador da paz, não calunio ou blasfemo, presto o melhor serviço a Deus, à Igreja e aos outros?
Rezo fervorosamente e tento evangelizar para que Deus seja Louvado?

Cada um de nós tem uma missão.
Se não prestamos este serviço, a obra do Criador ficará, para sempre, incompleta, pois jamais haverá qualquer ser que faça aquilo que eu deixei por realizar. Toda a criatura humana é única. Não há outro ser igual a nós neste universo.
Só na medida em que formos capazes de nos sacrificar pelos outros é que nos sentimos felizes e realizados.
Se eu verdadeiramente compreendesse que a alegria está mais no dar do que no receber, no amar do que no ser amado, no perdoar do que no ser perdoado…, como este mundo seria diferente…