O Evangelho do Domingo de hoje fala-nos de um leproso que foi ter com Jesus, prostrou-se de joelhos e suplicou-Lhe:
«Se quiseres, podes curar-me».
Jesus, compadecido, estendeu a mão, tocou-lhe e disse:
«Quero: fica limpo».
No mesmo instante o deixou a lepra e ele ficou limpo.
Sabemos que há dois mil anos a lepra era uma doença incurável, contagiosa em que a carne humana apodrecia e caía aos pedaços e os leprosos acabavam por morrer. Por isso, as leprosarias situavam-se fora dos aglomerados, e os doentes eram afastados das pessoas. Sabemos que vários missionários deram suas vidas pelos leprosos. Lembremo-nos, por exemplo, do P. Damião, o Apóstolo dos Leprosos que esteve durante nove anos, voluntariamente, na ilha do Molokai – a Colónia dos Leprosos, para assisti-los e socorrê-los materialmente e moralmente. Morreu em 1889.
Nos nossos dias temos o exemplo da Irmã Madre Teresa de Calcutá que deixou o convento de Loreto (em Calcutá) para se entregar ao serviço dos pobres, levar os moribundos das ruas para um lar onde eles pudessem morrer em paz e dignidade, vivendo entre eles. Faleceu ainda em nossos dias, em 1997.
A vida destes Missionários, seres humanos como nós, não é fácil. Recordemos a frase célebre que a Madre Teresa dirigiu a um jornalista:
“O senhor não daria banho a um leproso nem por um milhão de dólares? Eu também não. Só por amor se pode dar banho a um leproso”.
Ora e voltando ao Evangelho de hoje importa recordar: Jesus veio para todos e de uma maneira muito especial para os pobres, os pecadores, os marginalizados, os tristes, os que sofrem, os humildes, os aflitos, os que andam afastados d’Ele…
Ele não tem medo de tocar no leproso, apesar de a lepra ser muito contagiosa, porque o quer curar. A lepra é o símbolo do pecado. A cura é o arrependimento.
Jesus, hoje, continua a querer entrar no coração das pessoas, a querer perdoar-lhes os pecados. Ele está na Cruz, de braços abertos para a todos abraçar. Mas é preciso que nós, os pecadores, queiramos ser perdoados. Ele não tem medo de nos tocar. Mas é preciso o nosso arrependimento e suplicar-lhe: «Se quiseres, podes curar-me».
Como seria belo que eu hoje começasse a falar à pessoa que anda afastada de mim; que eu, apesar de não lhe ter rancor, mas sinto uma frieza em meu coração por esta pessoa, e essa pessoa sente a mesma frieza para comigo.
Jesus veio para todos, mas especialmente para ti, para o outro, e para mim. Suplica-lhe arrependido e com Fé: «Se quiseres, podes curar-me».
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